terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O grande espaço


É por que quando sinto meus passos no asfalto
de novo me vem você
com essa carinha de quem não sabe o que fazer
pra me ter de volta, e que a porta
estará aberta quando eu chegar.
Me sinto estranho e bobo
não sei o que fazer de novo
se o que mais quero
é nunca mais voltar.
Não sei, dizendo a verdade,
como olhar em seus grandes olhos cinzas,
que a lágrima da aurora molha.
Se fosse apenas o choro de quem não ama,
mas tem nesse orvalho, distância.
Eu preciso mesmo ir.
Você espera se quiser.
Durante a esperança cega toda ciência se anula.
Não vou te propor entender minha partida.
Hoje, amanhecendo o dia,
só quero te dar um beijo na testa
e te mostrar que ainda resta
um mundo lá fora.

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